Ainda Hoje
Retrato de uma mãe ao recordar o seu amado e saudoso filho Ismael Felipe, que seguiu para a pátria Celeste aos 19 anos.
Ainda hoje,
as minhas inocentes estrelas não explicam
a sua precoce partida para o firmamento!
Ainda hoje,
sinto o desespero daquele fatídico momento.
Carrego a marca daquele inverno impiedoso,
no qual se calou o seu sonho aqui na Terra.
Ainda hoje,
ouço sua voz despertar a primavera.
E o som angelical do seu violão,
ecoando em meu solitário coração.
Ainda hoje, as suas canções de amor
me revelam a razão do seu brilho...
e da vida efêmera de uma flor,
linda semente, meu querido filho!
Ainda hoje,
sei que tua lembrança vai me acompanhar,
me fazendo soluçar de saudade.
Mas sei que somente o amor consola,
fortalece e faz perdoar
a quem comete tanta crueldade.
Ainda hoje, e ainda mais,
ando pelos cerros de Videira,
nos serenos dias de verão
ou no escuro do inverno enfurecido.
E a minha prece se torna uma canção,
em busca de um eterno sonho de paz:
as cândidas estrelas cintilam a sua voz,
anunciando um canto novo entre nós.
Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ
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