Pôr-do-sol

Pôr-do-sol
Lá vou eu, em mais um final de tarde atraente, atrás do por-do-sol, receber suas cores na minha mente. Cidade de Videira - SC

domingo, 5 de dezembro de 2010

NATAL DE LUZ

Natal de Luz

Lá, do azul celestial,
a boa luz veio nos revelar
o brilho da confraternização universal.

É preciso seguir esta luz.
Vamos nos preparar
para o Natal de Jesus.

É preciso união e paz.
Vamos, todos, celebrar
o nascimento glorioso do menino Jesus.

É preciso conquistar o amor.
Vamos, livremente, cantar
com alegria o aniversário do Senhor.

Juntos, temos que nos desarmar.
Temos que abrir o coração.
Temos que despertar a esperança.
Temos que nos dar as mãos.

Que o nosso Deus-Pai possa ouvir
os versos deste seu filho!
Unidos, vamos conseguir,
formar uma grande família!

Este é o meu desejo real,
que fica muito mais belo em Ti.
Somos irmãos, afinal! Feliz Natal!

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

terça-feira, 30 de novembro de 2010

NAQUELA MESA

Naquela Mesa

Ainda tenho a nítida visão
daquela mesa, sempre ocupada
nas refeições por meu pai, por minha mãe,
por mim e por meus nove irmãos.

Mas vi, com o passar do tempo,
dez cadeiras serem esvaziadas.
Menos a de minha irmã mais velha
e a de minha viúva mãe amada,
que continuam a morar na mesma casa.

Eu ainda vi cada irmão se separar,
buscando alcançar novos ares.
Mas nenhum de nós deixou de lá se encontrar,
naquela mesa, onde haverá sempre doze lugares.

O tempo não para, continua a passar.
A gente vai envelhecendo naturalmente.
E quando as invisíveis trombetas anunciarem a hora,
inevitavelmente, cada um de nós vai embora.

Mas, enquanto um de nós estiver na Terra,
seremos sempre doze fraternos irmãos.
Sentaremos sempre àquela mesa,
construída pelas mãos de nosso saudoso pai,
que partiu com a nossa pura dileção.

E, ainda hoje,
naquela mesma mesa, se ouve doce homilia...
e se escreve a bela história
da união de nossa família,
que eu versejo no relicário da memória.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SEMPRE PORTELA

Sempre Portela

Amada Portela, dentre todas a mais bela.
Foi Deus quem pintou tuas cores imortais:
Do azul do céu Ele fez a tela,
coberta por nuvens brancas de paz.
E neste mesmo infinito véu
estrelas sempre brilharam de alegria,
com a águia voando na avenida,
em tantos carnavais de vitórias.
A aurora da minha saudade
traz lembranças de outrora...

Tempos tão gloriosos
nunca sairão da memória,
ecoam em nossas vidas,
escreveram a tua história.
Berço, celeiro de bambas,
fonte pura dos mais lindos sambas,
de poemas em forma de canção,
que cada portelense acompanha
com as batidas do próprio coração.

Tua velha guarda, diamante lapidado,
é como a escola, pioneira.
E vem mostrar a importância
de louvar as tradições,
do orgulho do passado,
revivido em belas composições.
Portela, o samba, ao teu lado,
tem mais vida e esperança,
contagia a cidade inteira
e nunca morrerá nos corações!

No Rio de Janeiro, de tantas cores,
encontrei meus dois amores:
O azul do céu, que contemplamos,
e o branco da paz com a qual sonhamos.
Portela, és como o amor, que não se repete.
Nascestes para ser campeã
com a bênção da tua padroeira.
Porque és a Portela dos mestres,
a minha paixão verdadeira.
De Oswaldo Cruz e Madureira.
De ontem, de hoje e de amanhã.
*
Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

sábado, 23 de outubro de 2010

ENFERMAGEM

A poesia é um buquê de flores, que entrego de coração, a cada um dos profissionais de enfermagem do Hospital da Lagoa-RJ (foto), do Hospital Barros Barreto-PA e Hospital das Clínicas-PA que prestam os serviços dos Céus.
*
Enfermagem
*
És uma ciência! Uma arte! Uma profissão vital!
Tu nos socorres a toda hora, sempre com o mesmo brilho.
És, no nosocômio, importante, essencial.
Tu cuidas de nós como a mãe que nutre e cria seu filho.
*
No leito, num momento de dor,
alimenta-nos para nos ver sorrir de ventura.
Na desesperança, és como a flor,
e de tuas palavras brotam pétalas de ternura.
*
Nós estamos sempre sob os teus cuidados.
Educa-nos para saúde com amor, com a técnica eficaz.
Teus serviços, mesmo que silenciosamente, são valorizados.
*
Nós agradecemos à ciência da enfermagem.
Tua luz é a que está sempre acesa, e seus profissionais
merecem a mais excelsa homenagam.
*
Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ATRÁS DO PÔR-DO-SOL

Foto: Pôr-do-sol na cidade de Videira - SC
*
ATRÁS DO PÔR-DO-SOL
*
Lá vou eu,
em mais um final de tarde atraente.
Sem pressa, vou atrás do pôr-do-sol,
receber suas cores na minha mente.
*
Com elas, eu bordo, em versos, a tua beleza,
quando ouço a natureza cantar a alvorada.
E ainda teço, em prosa, os nossos momentos.
É o amanhecer do meu amor, sob o olhar
da luz dourada do firmamento.
*
E assim, vou andando em favor do tempo
e superando as dificuldades.
Vou apurando o meu sentimento
e cantando a minha saudade.
Trazendo-a sempre para perto de mim,
minha amada flor de lis.
*
Lá vou eu, a caminho
das inefáveis colinas de Videira.
Vou colher a essência pura do pôr-do-sol.
E com olhos repletos de beleza e carinho,
ainda assistirei ao espetáculo de sua luz derradeira.
*
Atrás dessa sinfonia de cores,
levo uma rosa bordô na minha mão,
colhida no jardim Canto ds Roseiras.
E, na outra, o amor sereno do teu coração,
que segue comigo para a vida inteira!
*
E quando chegar ao destino,
cantarei, ao imaculável Sol,
o lirismo triunfal do nosso hino.
*
Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

UM NOVO DIA

No templo sagrado, Catedral de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, quando todos os parentes e amigos estavam presentes, a secular trombeta anunciou, ao som do amor e na perfeita harmonia, uma nova vida, um novo momento, um novo dia, o casamento de um lindo cravo e de uma bela rosa (Moyses e Carla), uma união vitoriosa.
Como não poderia deixar de ser, eu escrevi um simples poema para presentear o abençoado casal. Pois é através da poesia que consigo transfigurar os meus sentimentos. Que cada verso se torne perene na vida do casal.


UM NOVO DIA
=
Surge um novo dia.
Renasce uma nova vida,
cheia de luz, esperança e sintonia.
A dois, a vida cresce mais luminosa e florida.
=
Surge um novo dia.
O sol nasce, expulsando a escuridão,
brilhando numa alvorada de alegria.
Paz e amor se afinam em cada coração.
=
Surge um novo dia.
Há felicidade pelos caminhos.
Há igualdade, liberdade e cortesia.
E se convive com respeito e carinho.
=
Sob o olhar da Sagrada Luz do dia,
floresce esta família terna e amorosa,
com as cores de um salmo de harmonia.
Hoje, é o dia do cravo e da rosa.
=
Refulge esta união e cresce este amor,
sem tormento e sem agonia.
Mas com gestos simples de ternura.
Amar, simplesmente, a cada novo dia.
É a partida para uma ampla ventura.
=
E assim, enamorados do amor,
a poesia testemunha este novo tempo:
tempo para sonhar, ouvir...e cantar;
tempo para amar, amar e amar.
=
Sanches Figueiredo
Rio de janeiro, 25/09/2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

AINDA HOJE

Ainda Hoje

Retrato de uma mãe ao recordar o seu amado e saudoso filho Ismael Felipe, que seguiu para a pátria Celeste aos 19 anos.

Ainda hoje,
as minhas inocentes estrelas não explicam
a sua precoce partida para o firmamento!

Ainda hoje,
sinto o desespero daquele fatídico momento.
Carrego a marca daquele inverno impiedoso,
no qual se calou o seu sonho aqui na Terra.

Ainda hoje,
ouço sua voz despertar a primavera.
E o som angelical do seu violão,
ecoando em meu solitário coração.

Ainda hoje, as suas canções de amor
me revelam a razão do seu brilho...
e da vida efêmera de uma flor,
linda semente, meu querido filho!

Ainda hoje,
sei que tua lembrança vai me acompanhar,
me fazendo soluçar de saudade.
Mas sei que somente o amor consola,
fortalece e faz perdoar
a quem comete tanta crueldade.

Ainda hoje, e ainda mais,
ando pelos cerros de Videira,
nos serenos dias de verão
ou no escuro do inverno enfurecido.

E a minha prece se torna uma canção,
em busca de um eterno sonho de paz:
as cândidas estrelas cintilam a sua voz,
anunciando um canto novo entre nós.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

sábado, 7 de agosto de 2010

Cidade de Videira - SC

VIDA

Dedicado ao amigo Sanches Figueiredo

Não, a vida vadia.
Não, a vida estradeira.
Não, a vida vazia.
E sim, a vida Videira.

Welliton Gouveia

quarta-feira, 30 de junho de 2010

She (tradução) Charles Aznavour

She (tradução)
Charles Aznavour
Tradução: desconhecido
Composição: Charles Aznavour / Herbert Kretzmere

Ela pode ser o rosto que eu não consigo esquecer
Um traço de prazer ou de arrependimento
Talvez meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar

Ela pode ser a música que o verão canta
Talvez o frescor que o outono traz
Talvez uma centena de coisas diferentes
No espaço de um dia

Ela pode ser a bela ou a fera
Talvez fartura ou a fome
Pode transformar cada dia em um paraíso
ou em um inferno

Ela pode ser o espelho do meu sonho

O sorriso refletido no rio
Ela pode não ser o que parece ser
dentro de sua concha

Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão
Com os olhos tão pessoais e tão orgulhosos
Mas que não podem ser vistos
quando choram

Pode ser o amor que não espera que dure
Pode vir das sombras do passado
Que eu irei me lembrar até o dia de minha morte

Ela talvez seja o motivo para eu sobreviver

A razão pela qual eu estou vivo
A pessoa que cuidarei através
dos difíceis e imediatos anos

Eu, eu pegarei as risadas e as lágrimas dela
E farei delas todas minhas recordações
Para onde ela for, eu tenho que estar lá
O sentido da minha vida é ela

quarta-feira, 23 de junho de 2010

LUZ NASCENTE

LUZ-NASCENTE

Para a sua mãe um presente
E também para o singelo Beija-flor
O florir da luz-nascente
Tão sonhado como o amor
Luz-nascente, luz-nascente
Esperada e amada sempre

Sorrisos após longa espera
Natureza formosa de verdade
A semente é um sol de Primavera
Nos jardins da felicidade
Luz-nascente, luz-nascente
Esperada e amada sempre

Desenho em forma de gente
Com os traços mais sutis
A amada luz-nascente
Tudo o que sua mãe sempre quis
Luz-nascente, luz-nascente
Esperada e amada sempre

O Cantar dos pássaros anuncia
Um arco-íris de cores surpreendentes
Agora conheço a alegria
A mais pura entre os viventes
Luz-nascente, luz nascente
Esperada e amada sempre

A festa em sua chegada
Será bela, inocente e radiante
Mas há de ser eterna e dourada
A Luz que resplandece em meu semblante
Luz-nascente, luz-nascente
Esperada e amada sempre

Sanches Figueiredo

sexta-feira, 18 de junho de 2010

TER TEMPO - Elmar Gruber

Ter tempo
não é um problema de tempo.
Chega-se às pessoas
por dez minutos
e se experimenta:
elas têm tempo,
apesar de muito trabalho,
tempo para mim, para si.

Chega-se às pessoas
por uma hora
e se experimenta:
elas não têm tempo,
apesar do pouco trabalho,
nenhum tempo para mim, para si.

O que nos rouba o tempo?
É o trabalho?
São os cuidados?-

É o medo:
O medo de ficar para trás,
de obter menos da vida,
medo do nosso pequeno eu.

Quem não olha continuamente
o que não tem
e o que não é
e quem assume
o que é e o que tem,
este tem tempo.

Elmar Gruber

quinta-feira, 17 de junho de 2010

ANJO DA ALEGRIA

ANJO DA ALEGRIA

Recebam esta poesia
como um sol de esperança,
como um anjo de alegria
em forma de uma criança.

Você, menino ou menina,
vá brincando de viver!
Porque a vida só ensina
a quem queira aprender.

O caminho é a escola.
Lá é o mundo do saber.
Boneca, pipa e bola?!
Outra hora pra fazer.

Vá ouvindo e perguntando,
solte a curiosidade.
Pense, pense, vá pensando...
Isso é que é liberdade!

Cada um faz sua história.
Juntos, nós vamos em frente.
O importante mesmo, agora,
é ser sempre obediente.

E vão passar primaveras...
Cada amigo é uma flor.
Mas o que sua mãe espera
é ver crescer o amor.

Agradeça cada passo
a nosso Senhor Jesus.
Um sorriso e um abraço
trazem força, paz e luz.

Sempre é dia da criança!
Sempre é hora de aprender uma lição!
Há uma dentro de cada um nós,
morando em nosso coração.
Se ouvirmos essa voz
o mundo será mais puro, mais bonito.
O amor será real e infinito.
Enfim, seremos irmãos.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

quarta-feira, 16 de junho de 2010

MAL DE ALZHEIMER - DR. RESPONDE

Mãe Maria Leontina Figueiredo e a irmã Marcelina Figueiredo

Pelos recantos dos hospitais públicos, onde a maioria da população brasileira, carente ou não, procura atendimento médico público, ouço relatos de familiares que possuem um familiar com a doença de Alzheimer... Não obstante, como leio pela internet as mais diversas narrações. Nessas duas situações como em outras, todas, falam sobre as dificuldades dos familiares de lidarem com o portador da doença de Alzheimer, assim como buscam, desesperadamente, informações sobre a doença. Daí a importância da matéria que transcrevo abaixo, de iniciativa da minha irmã Marcelina, com intuito de ajudar, principalmente, as famílias mais necessitadas e carentes de consecução de informação.

Percebo que o amor incondicional, a paciência, a tolerância, o equilibro e a sensibilidade são fatores essenciais para quem lida com o doente da Alzheimer.

Feliz aquele que exercita esses predicados, a cada novo amanhecer, carrega sem perceber, a alegria luminosa e abençoada de Deus, que o faz palmilhar pelos cantos e recantos da vida terrestre com sabedoria.
Sanches Figueiredo
Que o Divino poeta ilumine o amor incondicional das minhas irmãs (borboletas de lindas cores) Martha Figueiredo, Tereza Figueiredo, Marcelina Figueiredo, Jane Figueiredo, Mônica Figueiredo, Cristina Figueiredo; irmãos Raimundo Pedro Figueiredo, José Figueiredo e Ismael Figueiredo; minhas sobrinhas Isabelle, Carla Figueiredo e Socorro Figueiredo; sobrinhos Denzel, David e Matheus, todos, que dedicam atenção à mãe de 80 anos e há cinco sofre com as conseqüências da doença de Alzheimer.

Matéria transcrita da Revista Diário (coluna Dr. Responde) do Jornal Diário do Pará de 13/06/10 – BELÉM-PA Ano: IV N 210

"QUAL A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA CUIDAR DAS PESSOAS COM ALZHEIMER?

O mal de Alzheimer; doença degenerativa que causa a morte dos neurônios, afeta no Brasil cerca de 1,2 milhões de pessoas, segundo dados da Associação brasileira de Alzheimer: Descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer; de quem herdou o nome, a patologia geralmente atinge pessoas acima dos 65 anos e mexe com a vida de todos mundo que está em volta dela. Por isso, o equilíbrio e o carinho da família são indispensáveis.

Ter um paciente com Alzheimer requer paciência, tolerância e muito amor; pois a sobrecarga é grande e o desgaste físico e emocional ainda maior: E foi como prova de amor que a leitora Marcelina Sanches entrou em contato com a Revista Diário para que o Dr. Responde de hoje abordasse a doença de Alzheimer.

A funcionária pública é filha de dona Maria Leontina Sanches, de 80 anos, mãe de 10 filhos e que há 5 anos desenvolveu a doença. Marcelina sugeriu o tema e elaborou as perguntas a partir de dúvidas mais freqüentes na área, para conseqüentemente ajudar outras famílias com a patologia. Quem responde é a geriatra Regiany Pires".

O que é a doença de Alzheimer e como ela se desenvolve?

É uma doença que afeta o cérebro, degenerando os neurônios de maneira lenta e progressiva. Em geral inicia em um grupo de células responsáveis pela memória, mas em torno de 10 a 12 anos acomete todo o cérebro. Além do comprometimento da memória, também ocorrem alterações de outras funções cerebrais e o indivíduo se torna incapaz de realizar tarefas do dia-a-dia como, por exemplo, preparar as refeições, tomar remédios, fazer compras, controlar o dinheiro, lavar roupa e sair de casa sozinho.

É POSSÍVEL PARAR ESSE PROCESSO DE DEGENERAÇÃO?

A causa ainda é desconhecida, mas a medicação pode manter o quadro clínico estabilizado por um tempo maior. Contudo, é importante esclarecer que o esquecimento normal faz parte do processo de envelhecimento que começa na meia-idade. É comum ficarmos mais esquecidos quando estamos deprimidos, sobrecarregados de trabalho ou preocupados. A maioria das pessoas perde as chaves e os óculos, esquece onde estacionou o carro, assim como nomes e compromissos.

É POSSÍVEL IDENTIFICAR A DOENÇA ANTES DE UM COMPROMETIMENTO MAIOR?

Em geral se inicia pela memória, com a pessoa apresentando dificuldade de guardar informações mais recentes, porém com uma certa preservação da memória para fatos mais antigos. A doença pode evoluir e acontecer a linguagem, com dificuldade para encontrar palavras, dar nome a objetos, lembrar de nomes de parentes mais distantes. Dependendo da fase da doença pode comprometer o comportamento com apatia, depressão ou até agressividade.

É HEREDITÁRIO?

Não é obrigatoriamente causada pela transmissão de genes de pais a filhos. Assim, mesmo que no passado vários membros de uma família tenham tido o diagnóstico da doença, isso não significa que algum parente irá desenvolvê-la. Somente em um número limitado de famílias é determinada exclusivamente por fatores genéticos e nesses casos a doença começa muito cedo, geralmente antes dos 50 anos. Por outro lado, qualquer pessoa está em risco de desenvolver DA.

COMO É FEITO O CONTROLE E O TRATAMENTO DA DOENÇA?

Embora ainda incurável, a Doença de Alzheimer é tratável. O tratamento farmacológico sintomático é capaz de melhorar a memória, o comportamento e a funcionalidade, ocasionando impacto positivo na qualidade de vida.

E COMO A FAMÍLIA DEVE LIDAR COM ESSAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS?

Os sintomas psicológicos e comportamentais na DA geram intenso sofrimento para o paciente, seus familiares e cuidadores. Com bastantes freqüências ouvimos os seguintes relatos: “ele anda pela casa à noite toda”, “diz que há um homem olhando para ele o tempo todo”, “grita, solta palavrões e chuta; ele sempre foi calmo” ou “ela pouco fala, mostra-se indiferente a tudo”. O tratamento desses sintomas deve ser indicado quando medidas não farmacológicas forem ineficazes. Como opção, temos disponíveis os antipsicóticos, os antidepressivos e anticonvulsivantes.

E QUAIS SÃO ESSAS MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS?

O tratamento não farmacológico é realizado através de treinamento da memória, técnicas de estimulação por meio da arte e de outras terapias ocupacionais, da dança e recreação. Os cuidados poderão ser prestados por uma equipe interdisciplinar que envolve médicos de outras especialidades, psicológico, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, enfermeiro, etc.

QUAL A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO?

A família é de extrema importância. É comum ocorrer desagregação e desestruturação das relações pessoais, financeiras e emocionais. O atendimento familiar tem como objetivo informar, orientar e aconselhar para prevenir conflitos.

O QUE FAZER NOS MOMENTOS DE AGITAÇÃO, ANGÚSTIAS E DEPRESSÃO DO PACIENTE?

Use objetos e fotos antigas para provocar lembranças do passado e estimular a conversa, faça atividades em grupo ou peça para o paciente ajudar em tarefas domésticas simples. Um pouco de senso de humor por parte do cuidador torna o ambiente mais leve. Nas situações de agitação deixe o ambiente bem iluminado logo ao entardecer para minimizar o surgimento de sombras que podem aterrorizar o paciente. Alguns têm falso reconhecimento de que os personagens que está vendo nos programas de TV estão, na realidade, em sua casa, conversando com ele, o que causa irritação. É preciso lidar com muito respeito com esta situação. Deve-se pensar que, para o paciente, a impressão é bastante real, portanto não o corrija, explique o que acontece às pessoas da casa e, por mais engraçada que seja a situação, não permita que o paciente seja motivo de risos.

COMO AGIR DIANTE DAS ININTERRUPTAS PERGUNTAS?

Distraia o paciente: coloque uma música, comente sobre alguém que ainda tenha boas lembranças, peça para ajudar em algo, dance e cante com ele.

QUANDO O PACIENTE TROCA NOMES PESSOAIS, FAZ AFIRMAÇÕES ERRADAS, INSISTE E ACREDITA NO QUE ESTÁ DIZENDO, DEVE-SE CORRIGÓ-LO?

Uma única correção poderá ajudar, mas a correção seqüencial poderá desencadear agressividade. É preferível concordar e logo distrair.

E QUANDO NÃO RECONHECE MAIS OS PARENTES, SIGNIFICA UMA EVOLUÇÃO NEGATIVA DA DOENÇA? COMO PROCEDER?

Nem sempre. Esse episódio pode ser passageiro, pode estar relacionado com algum fator responsável por essa confusão mental, como isquemia cerebral transitória e até por algumas infecções. Se os prováveis fatores etiológicos (ligados a causa) forem afastados, o médico avaliará o provável aumento na dose de alguns dos medicamentos.

A MAIORIA DOS PACIENTES DE ALZHEIMER SÃO PESSOAS QUE VIVERAM PARA O TRABALHO, SEMPRE OCUPARAM A MENTE, LIAM BASTANTE, ERAM MUITO ATIVAS. QUAL A RAZÃO DESSES NEURÔNIOS SE ATROFIARE?

Manter a mente ativa é uma das nossas recomendações, mas não basta o neurônio se exercitar. Existem casos descritos de pessoas com baixa escolaridade que nunca desenvolveram DA. No cérebro de pacientes com DA encontramos uma substâncias que desestrutura as conexões entre os neurônios e os faz degenerar. Portanto, não é suficiente ter “neurônios sarados” pelo treino cognitivo, deve também ocorrer perfeita transmissão de informações.

Nota: A Dra. Regiany de Araújo Pires é especializada em Saúde do Idoso e envelhecimento (Uepa) Belém – Pará.

Agradecimento da família à Tássia Almeida.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

FASES - Hermann Hesse

FASES



Toda flor fenece


e toda juventude dá lugar à velhice,


floresce cada fase da vida,


também floresce toda sabedoria


e toda juventude a seu tempo,


e não deve durar eternamente.



Hermann Hesse

QUEM TEM MEDO DA IRMÃ MORTE?



QUEM TEM MEDO DA IRMÃ MORTE?

Para um fato, o nascimento natural é sua morte. Ele tem a perder a proteção, o alimento, o calor, tudo que o sustenta e está à sua volta. Provavelmente não desejaria sair e alguns, já em sofrimento, têm que ser arrancados do ventre da mãe, como muitos de nós somos arrancados deste mundo. Ele perde tudo isso e, com nossas palavras, “morre” como feto, mas ganha outra vida, agora como criança. Vida essa de outros tantos prazeres, de outros tantos carinhos e amores, sabores, e cores. Imagina-se passar pela vida sem sentir o amor dos pais, o amor pelos filhos, os prazeres da vida, a risada bem dada, o doce gostoso, o cheiro de algo na memória da infância, o perfume da avó, a história do avô, a brisa boa, o sol quente, a paisagem linda, a cama que nos nina. Tudo isso sópôde ser sentido por quem, como feto, morreu. Aí chega o momento da despedida dessa vida e, como os fetos, nos agarramos às nossas seguranças e não desejamos conhecer uma nova vida. Deus estaria planejando para nós um tempo de amargura, de dor e de aflição ou ganharemos uma vida ainda melhor, de maior plenitude, impensável para nossas mentes limitadas?

Por que insistirmos em ficar aqui, nesta vida, e não admitir o fato natural de morrer? Prolongamos o sofrimento de nossos doentes terminais sem admitir que Deus pode ter planos maiores e melhores, onde a dor sentida cessará e que o amor possa ser ainda maior.

Lógico que a esperança de um dia de plena cura do nosso ente querido nos faz pedir pelo melhor remédio e isso é normal na humanidade. Não devemos, no entanto, temer a morte e questionar a Deus quando ela se aproxima. São Francisco de Assis a chamava de irmã Morte e cantou a ela quando sentiu que se aproximava. Admita-se como criatura e aceite que não temos maturidade e conhecimento para entender o sentido da vida. Tente esquecer um pouco as perguntas porque as respostas não nos cabe conhecer, viva o que está aí para ser vivido, Fale com sinceridade do amor que sente para os que ainda estão conosco e tenha certeza que a vida é curta e a morte é certa.

Tente, muito, aproveitar a vida, amar seus queridos, dizer e sentir isso perto deles, para que, no fim de sua vida, você perceba que, ainda sem entender o sentido da vida, viveu feliz. É uma opção de vida, é educar o olhar para enxergar as coisas boas, é ter fé que a vida será, depois da morte, ainda melhor e que seu amor permanecerá no peito daqueles que lhe cruzaram a vida.

O amor fica, o amor é eterno e o amor se encontrará novamente, em algum lugar que não conseguimos pensar.

Arnaldo Lyrio, OFS (RJ)

domingo, 6 de junho de 2010

VAMOS RENASCER A CADA DIA

Vamos Renascer a Cada Dia

Mais um dia renasce.
E o que é um novo dia, senão uma nova possibilidade de oferecer brilho para o despertar de luz de vida em cada ser?

A vida é mesmo assim, passa por nós todos os dias, mas só permite passarmos por ela uma única vez!

Oferecer sonho é tornar o pão real,
é estender sua vida a quem não tem,
é acreditar numa nova estrutura,
em um novo universo, oferecer o abrigo,
a palavra e o verso!

Somos todos personagens de uma história real e de ficção, e cabe a cada um de nós encontrar
seu espaço na representação.

Somos seduzidos pelo mal a enfrentarmos o bem.
Somos sobreviventes de uma terra devastada pela incompreensão do que é justiça e razão.

Algumas vezes somos o que não desejamos ser e seguimos numa estrada oposta ao que entendemos por verdade.

E encontramos homens como espinhos que dilaceram suas próprias pétalas.

Estamos nos tornando reféns de palavras frias, sem felicidade.
Abrindo mão do essencial pelo importante.
Pessoas que esperam o dia nascer e a noite chegar, sem saber quando nasce o dia , nem quando a noite chega.

Sublimes são aqueles que namoram a poesia; que transformam palavras de amor em alegria de viver; que mantém a fé e conservam a esperança como o intemerato olhar de uma criança.

Ofereço-lhe este meu pensamento, como uma saborosa fruta que acabo de colher.
As palavras de amor e de paz alimentam a alma e o coração.
E os providos de alma poética e de amadurecimento em termos espirituais sabem o quanto a vida pode oferecer.

Façamos como o sol,
vamos renascer a cada dia,
vamos semear poesia sobre os corações;
vamos recriar a vida a todo momento;
vamos ofertar aos desesperançados
o calor de nossa alma, de nossos sonhos
e nosso amor como alento.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

sábado, 5 de junho de 2010

DIA DO MEIO AMBIENTE

O CANTO DO RIO DO PEIXE

Quando o homem não ouve
a voz da natureza,
o sol ofusca lentamente sua luz.
As estrelas perdem seu brilho
e as águas, antes suaves, se agitam
numa tenebrosa correnteza,
ecoando seu grito de socorro.

Vem, vamos sentar à beira do rio,
que nasce entre as serras verdejantes
do meio-oeste catarinense.

Vamos escutar o canto suave
do nosso Rio do Peixe,
que banha a nossa linda cidade.

Vem, vamos juntos cantar aos insensíveis,
que se negam a ouvir e ver
que o nosso Rio do Peixe só deseja viver.

Não devemos poluí-lo com detritos,
nem envenená-lo com produtos químicos.

Vamos limpá-lo.
Vamos conservá-lo.
O futuro é o hoje presente.
Que o nosso canto de clamor,
pela preservação do meio ambiente,
tenha a suavidade da delicada flor!
E que através da sua água corrente
Possamos, juntos, espalhar o amor!

Laura Danielle – Videira - SC
Sanches Figueiredo – Rio de Janeiro/RJ

segunda-feira, 24 de maio de 2010

RIO DE JANEIRO - ONDE ESTÃO AS ROSEIRAS?

ONDE ESTÃO AS ROSEIRAS?

Chamam-te de cidade maravilhosa,
meu querido Rio de Janeiro.
E és tão belo, como os antigos sambas-enredo.

Eu sou o beija-flor, neste vôo pioneiro,
em busca de uma resposta, um sonhador.
Abro as asas sem asas pelo céu azul,
à procura de quem simboliza o amor.

Passo pelo magnífico Maracanã
e ouço o grito hexa-campeão
da empolgante torcida do Flamengo...
O tapete verde da Tijuca
me envolve, numa bruma de emoção.
Chego à zona sul
e pouso no Cristo Redentor.
Avisto a inesquecível Ipanema,
com as suas mulheres douradas, morenas,
embaladas pelo doce balanço do mar.
E as silhuetas inesquecíveis
da Lagoa Rodrigues de Freitas a me guiar.

São tantos outros lindos cenários,
vistos deste abençoado relicário...

Sigo meu vôo até o Pão de Açúcar,
avisto outra beleza estonteante da natureza,
a encantadora Copacabana,
princesinha do mar, é majestade, é realeza.

Mas, onde estão as roseiras?

Neste vôo entre tantas serras,
outrora verdejantes, não se via guerras,
nem chumbos perdidos, massacrantes.
Já não consigo encontrar as roseiras
nas praças, nos jardins de cada lar, como antes.

As rosas estão prisioneiras,
não exalam seus perfumes de sutileza
entre os homens, sufocados por ramas de pedras...
Até a saudade daqueles tempos
calmos, que não voltam mais,
passa por mim como o vento.
Mas as rosas não desaparecerão do meu coração, jamais!
Jogarei pétalas poéticas de esperança
sobre ti, meu Rio de Janeiro.
E as roseiras voltarão, no futuro, com as nossas crianças!
As rosas não falam, já dizia Cartola.
Mas logo estarão pelos caminhos da cidade maravilhosa.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

quinta-feira, 20 de maio de 2010

CARLA

Minha querida sobrinha, desejo sucesso na tua profissão. Seja feliz! E o mundo será mais feliz!

Carla

Festivas, as estrelas refletem o encanto,
que reluz do teu coração, Formosa Flor.
Tuas finas pétalas são um acalanto,
convergindo corações para o suave amor.

O saber é uma busca constante...
Assim, mais uma meta se findou.
Luta árdua, mas contagiante.
Teu sonho, por mérito, se realizou.

Tiveste outras mães, em sentimento.
E juntos, proclamamos aos céus, em poesia,
graças por este áureo acontecimento!

Carla, servir é o teu dom, foste escolhida!
Que as mãos Divinas possam te conduzir,
na vereda da medicina, que é a tua vida!

Sanches Figueiredo - Rio de Janeiro/RJ

terça-feira, 18 de maio de 2010

O CÂNTICO DA LUA

O Cântico da Lua
Inspirado em fato real

Como se juncasse de poesia todos os corações,
como se soubesse que, dos céus, o amor ainda vem,
o poeta chegou para declamar seu poema
e iluminar a noite do seu bem.

Mas algumas vozes, surdas ao cântico da lua,
por conta de velhos hábitos, toscos e pobres,
estavam presas a abatidos costumes...
Desdenharam de um sentimento tão nobre.

E as pétalas de seu canto,
foram jogadas ao abandono, visivelmente.
Declamou o seu poema, como um pranto
colhido na romântica lua...Inutilmente...

Na noite em que as estrelas conduziam à harmonia.
Na noite em que os homens ofuscaram a sua poesia.

Esta noite não voltará no tempo.
Porque o poeta segue a trilha da canção.
Faz verter o amor das folhas secas, sem coração.
E suas palavras, amanhã, poderão ser um alento.

A luz poética da lua brilha eternamente,
irradiando amor pelo universo,
resistindo a todo sentimento adverso.
Só o amor é digno de puro gesto.

E os que não vivenciam,
nem se entregam ao som lunático do amor,
permanecerão sem conhecer a ternura,
sem alcançar a tão desejada ventura.
Quando a tristeza se tornar uma rotina infinda,
viverão rodeadas..., mas, interiormente, sozinhas.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro, RJ

sexta-feira, 14 de maio de 2010

SONETO

Soneto

Deus pede hoje estrita conta do meu tempo
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas como dar, sem tempo, tanta conta
Eu que gastei sem conta tanto tempo?

Para ter minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado e não fiz conta.
Não quis, tendo tempo, fazer conta.
Hoje quero fazer conta e não há tempo.

Oh! Vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo em fazer conta.

Pois aqueles que sem conta gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, se não der tempo.

Frei Antônio das Chagas (1631-1682)

À VIRGEM DO MEIO-DIA


À Virgem do meio-dia

É meio-dia.
Vejo a igreja aberta e entro.
Mãe de Jesus Cristo, não venho rezar.
Nada tenho a oferecer, nem a pedir.
Venho simplesmente, Mãe, te olhar.
Te olhar, chorar de felicidade,
tomar consciência de que sou teu filho e que estás aí.
Desejo passar um instante contigo,
no meio do dia, quando tudo parece parar.
Meio-dia!

Quero ser teu, Maria, nesse lugar em que estás!
Nada dizer, apenas olhar teu semblante.
Deixar o coração cantar a sua própria linguagem.

Nada dizer, apenas cantar,
por ter o coração repleto de júbilo.
Cantar como o melro que exprime
suas idéias em versos improvisados.

Porque é meio-dia,
porque estamos neste dia de hoje!

Paul Claudel

quinta-feira, 13 de maio de 2010

DIA DE EMOÇÃO E REFLEXÃO


Dia de emoção e reflexão
Transcrevo o artigo da minha irmã Marcelina Figueiredo, publicado no Jornal de grande circulação na cidade de Belém - PA,pelo dia das Mães.

Segundo domingo do mês de maio, “Dia das Mães”, dia de reflexão e emoção.

Há filho que se reúne e se confraterniza com sua mãe todos os dias, mesmo que seja por meio de linha telefônica, pedindo a sua benção, perguntando se está bem de saúde; há filho que faz esta confraternização neste único dia do ano (2º domingo de maio), e há filho que não se confraterniza porque sua mãe já está na pátria celeste. Mas, essas mães têm endereço, podem receber visita com orações.

A mãe é o centro das atenções.
O filho nasce, cresce, adquire conhecimento e sabedoria, graças à dedicação e ao seu amor incondicional.

Mas antes e depois do dia predestinado para esta comemoração, que ação o filho deveria ter junto à mãe? Pois na hora de externar o sentimento de filho, a distância nunca deve ser o limite. Afinal, tudo passa e se não ficarmos atentos, pode ser que o amanhã seja tarde. Mães vêm e mães se vão, os sentimentos ficam e seremos para elas eternamente filhos.

Hoje é mais um dia das mães: dia de abraçar, sorrir, beijar e de regar o jardim.
E a partir de amanhã?

O filho lembrará de demonstrar amor à mãe todos os dias? De ser mais presente na vida dessa Santa pessoa, mesmo que seja por milésimos de segundos, ouvindo a sua voz? De estar presente fisicamente antes da ida ou, quem sabe, depois do trabalho, da faculdade, etc?

Dom Alberto Taveira, Arcebispo de Belém, em sua belíssima homilia na Sexta-feira Santa, “O sermão das sete palavras”, enfatizou: “Deus predestinou todos a serem santos e imaculados e para não nos desanimar colocou Maria à frente como exemplo a ser seguido“.

Filhos! Vamos, a partir de hoje, transformar o dia das mães em eterno, ou melhor, todos os dias. Mas para que isto aconteça temos que ser indubitavelmente mais presentes, atenciosos, tolerantes, tranqüilos, harmoniosos, ter a mesma paz e o mesmo amor que tanto ela sente por nós.

Obrigada, mãe.
Simplesmente, obrigada.
Felicidades a todas as mães!

Marcelina Figueiredo
Belém - Pará

sexta-feira, 30 de abril de 2010

SONETO DA SAUDADE

Soneto da Saudade

Tristes tuas mãos acenam,
como o canto da despedida.
As íris do meu olhar brilham,
com lágrimas de amor pela minha partida.

Ainda vejo o teu corpo rosado,
de pétalas finas como a cândida flor.
Ainda sinto teu beijo molhado,
envolvendo-me no tálamo de amor.

A bruma da solidão adormece, sem dor.
Os nossos corações declamam-se,
silenciosamente, singelos poemas de amor.

E nos falam: eu estarei saudoso à tua espera,
aos pés do inefável crepúsculo vespertino.
Cantar-te-ei ao som nupcial da primavera.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tempo de Amar

TEMPO DE AMAR

O tempo é do ser presente,
que não cogita o futuro
e nem rodeia o passado...

O tempo é daquele
que aspira o desejo coerente.
Que vive o hoje, o agora sempre amado.
Pois a vida passa rápido,
como cada hora vivente.

O tempo é o instante vivido,
no anseio de te enamorar.
E o silêncio não me acorrenta,
nem me tira o tempo de te amar.

Ainda que o tempo corra,
cantarei meu amor, por inteiro.
Por mais que o passado morra,
eu te cultivarei no meu interior
com a fragrância suave do amor verdadeiro.

Meu amor transcende
as horas e os dias.
O tempo não furtará minha voz,
pois ela se reacende nas asas da poesia.

Portanto, o teu silêncio,
a tua palavra, a tua alegria,
a tua entrega,
o tempo não poderá me roubar.
E se o dia de hoje é o tempo presente,
o meu maior presente é te amar.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

domingo, 11 de abril de 2010

Flor de Lis

FLOR DE LIS

Sinto que a vida inteira esperei
para bordar este poético momento.
E, em versos, tuas cores contemplarei,
sem a ânsia de contar o tempo.

Formosas flores, de seus ninhos
desperta o amor na alvorada.
Respiro essa essência de carinho,
enlevando meu coração à amada.

Sei que brotam nas rochas distantes,
mas são puras e de beleza divinal.
Sabem extrair do adubo, o importante,
a seiva de tudo que lhes é essencial.

Não deixam que o azedume da terra,
Macule o frescor de suas pétalas.
Espargem fragrâncias de primavera.
Têm o brilho de raras pérolas.

Seus ciclos são transparentes véus
e o tempo pela Terra é passageiro...
Mas o cerne da beleza sobe aos Céus,
sem fenecer a missão do amor verdadeiro.

Renascem para colorir o jardim da vida,
na tristeza ou na alegria.
Flores, sempre serão as preferidas,
dos olhos líricos da poesia.

E, ao teu lado, imarcescível flor de lis,
nem as vicissitudes, nem as intempéries mais duras,
mancharão a minha alma e o meu coração feliz,
pois é de ti que extraio o néctar da ternura.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Rosa dos Céus













Rosa dos Céus
Dedico à minha irmã Maria Tereza Figueiredo

A bondade, que vi em teu espontâneo gesto,
também vi nos olhos de nossa mãe, revivida.
Vi, ainda, o teu amor, fraterno e modesto,
enfeitar o jardim da nossa vida.

Nenhum prêmio, jamais concebido,
suplanta a singeleza da gratidão.
Meu olhar também cintila agradecido
e te tece os versos desta canção.

A bondade é a rosa do Infinito:
colore a alma, refrigera o coração
e o seu aroma é sempre bendito.

Cândidas e perfumadas rosas de amor,
tu ofertas, com ternura, aos teus irmãos,
bordadas por tuas férteis mãos de flor.

Sanches Figueiredo - Rio de Janeiro/RJ

segunda-feira, 15 de março de 2010

À PROCURA DE ALGUÉM

À Procura de Alguém

Você me fala que acorda sozinha,
com olhar triste, angustiada e desiludida.
Depois de uma noite festiva,
de prazeres sem sentidos,
de desejos não correspondidos.

Você me fala que, em sua mesa,
continua sozinha, que se sente estranha;
que sua filha já não lhe acompanha.
E que só quer encontrar alguém,
para amar, amar delicadamente,
mas que lhe ame também.

Você me diz, enquanto o Amor não vem,
que para preencher seu vazio existencial,
o sobressalto, o isolamento e a fuga
continuarão lhe acompanhando.
E a solidão seguirá lhe maltratando
como se parecesse algo normal.

E assim você corre, corre,
exaustivamente, no seu labor.
Para não sentir a falta
de um verdadeiro amor.

E, quando chega a noite,
surgem os convites para as baladas.
A solidão desaparece calada.
As paqueras dançam com fervor
à procura de alguém.
No fundo, mas parecem
o maior deserto do mundo,
como um jardim sem flor.

E eu continuo te escutando.
Continuo caminhando perto de ti.
Mas você não me vê,
nem tem tempo para me ouvir.
Eu preciso, apenas, da tua atenção,
para te amar, como você sempre quis:
um amor simples que ilumina o coração,
um amor que te faça feliz.

As angústias não duram eternamente.
E você volta a me falar,
que só quer encontrar alguém,
para amar, amar delicadamente,
mas que lhe ame também.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

domingo, 14 de março de 2010

AMOR CORTÊS

AMOR CORTÊS

Explorei jardins e recantos,
ferindo-me com espinhos.
Vi noites sem luz, dias sem encanto,
mas abri novos caminhos.

A vida é, com toda a certeza,
uma aventura maravilhosa...
E fui encontrar, em Videira,
o amor entre um cravo e uma rosa.

A beleza deste novo Amor cortês
habita os corações de cada flor-de-lis.
Nos gestos do casal, a candidez,
acende o lume de uma relação feliz.

Este sopro terno de amor
vem da verdadeira atenção.
É capaz de curar qualquer dor
e de unir a mente ao coração.

Amor que atravessou o tempo,
desde a primeira vez.
Amor com mais sentimento.
É este o novo amor cortês.

E são exemplos vivos de harmonia,
os nossos queridos avós.
Motivos de orgulho e de alegria.
Presentes de Deus para nós.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ

segunda-feira, 1 de março de 2010

SOL DA ALVORADA

Aos que am a cidade Videira - SC

SOL DA ALVORADA

Que alegria, quando te vejo nascer!
Que alegria, quando te vejo beijar o ápice das serras
da maravilhosa e inesquecível Videira!
Nossa mais linda e calma menina,
do formoso meio-oeste de Santa Catarina.

Eu te enxergo com olhos cheios de amor e de alegria de viver.
E te recebo no meu coração, com os pés fincados nesta fértil Terra.

Bom dia, meu amigo camarada!
Tu sempre renovas a minha esperança,
aquecendo os meus mais ternos sentimentos
com teu beijo molhado pela alvorada.

Tu encurtas as distâncias e faz de cada instante um grande momento.
Teus raios luminosos refletem o que sinto por minha flor-de-lis amada.

Tu és, enfim, o meu sol dourado de cada amanhecer.
A luz límpida da vida que eu vejo renascer.
Diante das vinhas úmidas de orvalho matutino,
vou andando, junto a ti, por este belo cenário,
contemplando o teu crepúsculo, neste céu abençoado.
Luz do mundo! Meu eterno sol amado!

Aguarde-me, querida, logo estarei contigo.
E observaremos juntos este halo dourado do sol,
que nasce para todos, como verdadeiro amigo.

Sanches Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ